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29 de abril de 2012

22 de Abril - Obrigado Portugal!

Tá, eu sei... já passou a data. Mas mesmo assim resolvi escrever um poema sobre o 22 de abril. Tio Camões que me perdoe, mas tenho uma visão particular do descobrimento do nosso país.
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22 de abril
dia do descobrimento do Brasil
vamos e xinguemos dos nomes certos
quem descobriu

o que nunca devia ter sido descoberto

Tínhamos florestas
tínhamos água e ar
e não faltava  o que comer

Malditas aquelas caravelas
foram o primeiro passo pra devastar
a diversidade que nunca mais  vamos ter

milhares de frutos, plantas e animais
que hoje estão
na lista de espécies em extinção

E hoje, nas capitais
e no nosso sertão 
Cada vez morrem mais
pessoas de sede e desnutrição 

Obrigado Portugal
por ter-nos feito
colônia de exploração

Obrigado por todo mal
que faça proveito
do ouro que roubou desta nação

Obrigado por sua determinação
que nos fez ter sido
o último país a ter abolido
a escravidão 

Obrigado pelo colonialismo
Obrigado pelo imperialismo
Obrigado pelo capitalismo

O quanto teríamos perdido
Se nada disso
tivéssemos conhecido?

22 de Abril
Obrigado Portugal
Por ter feito do Brasil
um país de tanta desigualdade social

É tanta que chego a pensar:
é dia de se comemorar
ou de se chorar ?

Agora sem ironia: 
Obrigado Portugal
pois o que não nos enfraquece
nos fortalece

Talvez por isso nossa economia
é a 6ª maior economia mundial
Enquanto Portugal, nosso "país-irmão"
ocupa mera 43ª posição.

Importante: O objetivo deste poema não é de modo algum incitar a discriminação/preconceito aos portugueses. Quando Portugal é citado, refere-se a Portugal histórica, não a Portugal atual que não tem mais vínculos coloniais com o Brasil. O objetivo deste poema é mostrar como a colonização por exploração em vez de colonização por povoamento, deixa marcas profundas na economia, no desenvolvimento social e até na fauna e flora de um país. O descobrimento do Brasil não foi um ato heróico, mas sim depredatório, não foi motivado pela curiosidade de descobrir e sim por motivos econômicos. Não que Pedro A Cabral tenha sido um vilão, mas não fez nada pelo qual pudesse ser aclamado como herói.

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